O Paraíso (parte 1 de 2)
Descrição: Uma lição de duas partes que oferece uma perspectiva sobre o Paraíso e o que ele contém com base no Alcorão e nas palavras do Profeta Muhammad, que a misericórdia e as bênçãos de Allah estejam sobre ele. Parte 1: Definição e tipos de felicidade, e o desejo do Paraíso como um fator significativo para motivar o comportamento do muçulmano e seu senso de felicidade.
Por Imam Mufti
Publicado em 22 Nov 2019 - Última modificação em 25 Jun 2019
Impresso: 73 - Enviado por E-mail: 0 - Vizualizado: 6,019 (média diária:: 3)
Objetivos
·Aprender a definição e os tipos de felicidade.
·Compreender que o desejo pelo Paraíso é um fator significante na motivação do muçulmano praticar boas ações.
·Familiarizar-se, por meio de um pequeno prefácio, com a natureza dos jardins do Paraíso.
Termos em árabe
·Sunnah - A palavra Sunnah tem vários significados, dependendo da área de estudo; no entanto, o significado geralmente atribuído a ela é: palavras, ações, aprovações e desaprovações implícitas do Profeta.
O que nos move? O que faz com que façamos as coisas que fazemos? O que nos deixa feliz?
Muitas pessoas responderão que maximizar o prazer e minimizar a dor é a chave da felicidade.
Em caso afirmativo, como as pessoas podem ser felizes com dor e infelizes enquanto experimentam o prazer? Se o prazer não é a única força que nos motiva, o que é? Que desejos devemos cumprir para viver uma vida feliz?
Para a maioria dos que vêem a felicidade como algo carnal, e não no espiritual, é bastante básico: desejo de evitar dor e ansiedade, desejo de passar tempo com parentes, desejo de comer, desejo de gratificação sexual, desejo de companheirismo e desejo de reconhecimento, entre outros...
A vida desse jeito pode ser difícil, despertando a simples pergunta; O que realmente procuramos? Em sua busca pela felicidade, muitas vezes as pessoas não conseguem alcançar nenhum tipo de paz interior. Pensamos que, chegando mais alto e conquistando mais , mais dinheiro, um corpo melhor, o parceiro perfeito , seremos automaticamente felizes. Isso é uma ilusão. As pessoas envolvem-se em perseguir o sonho materialista sob a ilusão de que o dinheiro pode comprar a felicidade até descobrirem os limites do materialismo. Impressionar os vizinhos e a inveja de bens nos deixa desprovidos de paixão e profundidade em nossas vidas, levando ao Paradoxo do Homem Moderno: Fome espiritual em uma era de abundância.
Qual é o paradoxo? Simplificando, é o seguinte: à medida que os membros de certas sociedades materialistas ficam mais ricos, eles ficam menos satisfeitos com suas vidas. Nenhuma sociedade na história do mundo jamais desfrutou do padrão de vida hoje conhecido nessas sociedades: a renda está alta, os preços são estáveis, o desemprego está baixo, a expectativa de vida está aumentando; eles desfrutam de mais liberdade e oportunidade do que nunca. Até os pobres vivem bem pelos padrões mundiais. No entanto, na América, por exemplo, desde 1960, a taxa de divórcios dobrou, o suicídio de adolescentes triplicou, o crime violento quadruplicou, a população carcerária quintuplicou e algumas estimativas colocam a incidência de depressão no ano 2000 em dez vezes o que era no ano de 1900. Os americanos estão menos felizes hoje do que há 40 anos, apesar de ganharem 2,5 vezes mais. Nossas barrigas podem estar cheias, mas ficamos espiritualmente famintos.
Para descobrir o que realmente impulsiona o comportamento humano, temos dois tipos de felicidade que devem ser distinguidas: a felicidade baseada em bem-estar e a felicidade baseada em valores. A felicidade baseada no bem-estar é um prazer baseado na sensação. Quando brincamos ou comemos nossa comida favorita, sentimos um bem-estar. Esse tipo de felicidade raramente dura mais do que algumas horas.
A felicidade baseada em valores é uma sensação de que nossas vidas têm significado e cumprem um propósito maior na nossa existência, conectando-nos a Allah. Representa uma fonte espiritual de satisfação, decorrente de nossos propósitos e valores mais profundos. Levando uma vida consciente de Deus, enraizada nos valores do Alcorão e da Sunnah, o muçulmano é movido, além dos prazeres vistosos , pelo desejo de chegar ao Paraíso e proteger-se do inferno após a morte.
Os valores islâmicos que levam uma pessoa para o Paraíso e para longe do Inferno são os fatores mais significativos para motivar seu comportamento e contribuir para o seu sentimento de felicidade. O desejo de alcançar o Paraíso na vida após a morte devolve o significado à vida, substituindo todos os outros desejos, para trazer um senso de direção. Um estilo de vida vazio focado em riqueza, posses, drogas, álcool e sexo é substituído pela esperança de chegar ao Paraíso, um senso de conexão com a criação de Deus e uma vida de devoção a Allah, em vez de riquezas e posses. A pessoa está focada em agradar a Allah, mesmo à custa da desaprovação de nossos semelhantes. É preciso lembrar que a joia do Paraíso é velada por dificuldades.
Para ser feliz, acorde de sonhos materialistas e perceba que nada, exceto Allah, sozinho é capaz de satisfazer o homem!
A satisfação final será alcançar nosso objetivo final, o Paraíso, não neste mundo, onde somos como viajantes e estranhos. O paraíso não é a residência de Deus, ou um estado espiritual em que alguém se torna parte de Deus, como alguns pensam erroneamente. O paraíso é uma residência espiritual e fascinante de contentamento, na qual todos os sentidos serão gratificados ao máximo. É uma morada de múltiplos prazeres para os fiéis, seus moradores não sentirão o mínimo de dor ou tristeza. Um lugar onde todas as aspirações serão finalmente realizadas.
Jardins Islâmicos
Jannah (um lindo jardim) tem uma beleza historicamente inspiradora, algo que pode ser visto claramente nos belos jardins que estavam presentes em todo o mundo muçulmano, como os da Pérsia, Espanha e Índia, normalmente projetados como uma espécie de fuga ou isolamento pacífico do mundo exterior. Obras em água e fontes eram uma inclusão comum nos jardins islâmicos por sua beleza fluindo livremente e pelo som relaxante. Também foram utilizados elementos decorativos artificiais nos jardins islâmicos, incluindo a fabricação de pequenos campos semelhantes a carpetes e árvores e flores artificiais feitas de metais e pedras preciosas.
Por gerações de muçulmanos, esses jardins representavam uma espécie de arte sacra, cujo objetivo era aproximar o visitante de Deus. Hoje, os jardins islâmicos na terra são como sombras do verdadeiro paraíso. Esses jardins servem como lembrete à humanidade da morada celestial à qual os justos retornarão.
A sombra é fornecida por coberturas e pavilhões. A ênfase é colocada na criação de um espaço que satisfaça todos os sentidos. A fragrância é uma característica comum dos jardins islâmicos, e as ervas foram plantadas para cumprir esse papel. O deck oferece um espaço para ensinar e relaxar. Os jardins islâmicos nunca contêm estátuas, fontes de pedra esculpidas com figuras ou esculturas representativas. O Islam não permite o uso de tais imagens. Alguns jardins islâmicos são tão famosos por sua beleza que as pessoas vêm de muito longe para desfrutar de sua tranquilidade. Entre eles estão o jardim do Palácio Alhambra em Granada, Espanha, o jardim do Palácio Jag mandir na Índia e o jardim da residência Major, em Marraquexe, Marrocos..
Os jardins luxuosos criados pelos muçulmanos são inspirações artificiais para um paraíso terrestre. Um refúgio secreto isolado do mundo exterior; um lugar de tranquilidade, meditação, reflexão e oração. Um introdução modesta para o que virá aos crentes na outra vida.
Lição Anterior: A importância de buscar o conhecimento
Próxima Lição: O Paraíso (parte 2 de 2)
- O testemunho de fé
- Uma introdução aos pilares do Islam e aos artigos da fé (parte 1 de 2)
- Uma introdução aos pilares do Islam e aos artigos da fé (parte 2 de 2)
- Algumas perguntas comuns de recém convertidos
- A importância de buscar o conhecimento
- O Paraíso (parte 1 de 2)
- O Paraíso (parte 2 de 2)
- A viagem noturna
- Como fazer a oração para iniciantes (parte 1 de 2)
- Como fazer a oração para iniciantes (parte 2 de 2)
- Dar as notícias à família (parte 1 de 2)
- Dar as notícias à família (parte 2 de 2)
- Ajustando-se à comunidade muçulmana
- Mantendo uma boa companhia
- A crença em Allah (parte 1 de 2): As categorias de Tawhid
- A crença em Allah (parte 2 de 2): Shirk, o oposto de Tawhid
- A crença nos profetas
- A crença nas Escrituras
- A crença nos Anjos
- A crença no Dia do Juízo Final
- A crença no decreto divino (parte 1 de 2)
- A crença no Decreto Divino (parte 2 de 2)
- Metodologia de estudo para o novo muçulmano