A moralidade do Profeta Muhammad (parte 1 de 2)
Descrição: Duas lições sobre o caráter e a moral do Profeta Muhammad antes e depois de Allah o tornar Profeta.
Por Imam Mufti (© 2016 NewMuslims.com)
Publicado em 14 Jan 2020 - Última modificação em 25 Jun 2019
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Objetivos
·Reconhecer que o Profeta Muhammad foi um exemplo para todos os seres humanos seguirem.
·Aprender sobre seu caráter antes de Allah o tornar Profeta.
·Aprender sobre a honestidade e paciência do Profeta Muhammad.
Palavras em árabe
·Amin - Confiável.
·Sadiq - Verdadeiro.
Antes de ter sido feito um Profeta
O Profeta era uma pessoa confiável e honesta antes de receber revelação. Ele nunca traiu ninguém, nem mentiu ou trapaceou. Ele era conhecido pelas pessoas como "Al-Amin" ou "O Confiável". As pessoas confiavam a ele seus objetos de valor quando queriam viajar. Ele também era conhecido como "As-Sadiq" ou "O Verdadeiro", pois nunca mentiu. Ele era educado, bem falado e adorava ajudar as pessoas. Seu povo o amava e o reverenciava, e ele tinha boas maneiras. Antes de se tornar profeta, ele não consumia álcool, não adorava uma estátua ou ídolo, nem fazia juramento por eles.
Depois de ter se tornado um Profeta
Allah diz:
“E, por certo, és de magnífica moralidade.” (Alcorão 68:4)
O Profeta Muhammad, que a misericórdia e as bênçãos de Allah estejam sobre ele, foi um exemplo para todos os seres humanos seguirem. Sua esposa, Aisha, foi questionada sobre suas maneiras e ela disse:
“Suas maneiras eram o Alcorão.”
O que ela quis dizer foi que o Profeta obedeceu às leis, ordens e proibições do Alcorão. Ele disse sobre si mesmo:
“Allah me enviou para aperfeiçoar boas maneiras e fazer boas ações.”[1]
Anas, o filho de Malik, o serviu por dez nos. Ele ficava com o Profeta ao longo do dia e conhecia suas maneiras. Ele descreve:
“O Profeta não xingou ninguém, nem foi rude, nem amaldiçoou ninguém. Se ele desejasse repreender alguém, ele diria: ‘O que há de errado com ele, que seja jogado pó na sua cara!’”[2]
Honestidade e confiabilidade
O Profeta Muhammad era bem conhecido por sua honestidade. Os pagãos de Meca, que abertamente lhes eram hostis, deixariam seus objetos de valores com ele, já que naquela época não havia bancos. Sua honestidade foi testada quando os pagãos de Meca o abusaram e torturaram seus companheiros, e os despejaram de suas casas. Ele ordenou que seu primo, Ali, adiasse sua emigração para Medina por três dias, de modo a devolver os objetos de valores aos seus respectivos donos.
Outro exemplo de sua honestidade foi demonstrado no Tratado de Hudaybiyah[3]. Os termos do tratado eram que qualquer homem que deixasse o Profeta não lhe seria devolvido, mas qualquer homem que deixasse Meca lhes seria devolvido. Um homem chamado Abu Jandal conseguiu escapar dos pagãos de Meca e juntou-se ao Profeta. Os pagãos pediram ao Profeta Muhammad que honrasse sua promessa e devolvesse o homem. O Mensageiro de Allah disse:
“Ó Abu Jandal! Seja paciente e peça a Allah que lhe conceda paciência. Allah certamente o ajudará e àqueles que são perseguidos, e lhe facilitará. Assinamos um acordo com eles e certamente não traímos nem agimos com traição.”[4]
Paciência e tolerância
Anas disse:
“Uma vez eu estava andando com o Mensageiro de Allah, enquanto ele estava usando um manto Iemenita com uma gola com arestas. Um beduíno o agarrou com força. Olhei para o lado de seu pescoço e vi que a borda da capa lhe deixara uma marca. O beduíno disse: Ó Muhammad! Dê-me (algumas) das riquezas de Allah que você possui. 'O Mensageiro de Allah se virou para o beduíno, sorriu e ordenou que ele recebesse (algum dinheiro).”[5]
Outro exemplo de sua paciência é a história do rabino judeu Zaid bin Sa'nah. Zaid havia dado algo como um empréstimo ao Mensageiro de Allah. Ele mesmo disse:
“Dois ou três dias antes do pagamento da dívida, o Mensageiro de Allah estava participando do funeral de um homem dos Ansar. Abu Bakr e Umar, Uthman e alguns outros companheiros estavam com o Profeta. Depois de ele ter feito a oração fúnebre, sentou-se perto de uma parede, e eu fui em sua direção, agarrei-o pelas bordas da capa e o olhei com severidade, e disse: ‘Muhammad! Você não vai pagar meu empréstimo? Não conheço a família de Abdul Muttalib para atrasar o pagamento das dívidas!’
Olhei para Umar ibn Al-Khattab - seus olhos incharam de raiva! Ele olhou para mim e disse: ‘Ó inimigo de Allah, como se comporta com ele dessa maneira?! Por Aquele que o enviou com a verdade, se não fosse pelo medo de não entrar no Paraíso, eu teria te decapitado com minha espada!' O Profeta olhou para Umar de uma maneira calma e pacífica, e disse: 'Ó Umar, você deveria ter nos dado aconselhamento sincero, em vez de fazer o que fez! Ó Umar, vá e lhe pague o empréstimo, e dê-lhe a mais, porque você o assustou!'”
Zaid disse:" Umar foi comigo, pagou-me a dívida e deu-me vinte sa’a[6]de tâmaras. Perguntei-lhe: 'O que é isso?' Ele respondeu: 'O Mensageiro de Allah ordenou que te desse, porque eu te assustei.' Zaid então perguntou a Umar: “Ó Umar, você sabe quem eu sou?” Umar disse : “Não, não sei - quem é você?” Zaid disse: “Eu sou Zaid ibn Sa'nah.” Umar perguntou: “O Rabino?” Zaid respondeu: “Sim, o Rabino”. Umar perguntou: “O que te fez dizer o que disse ao Profeta e fazer o que fez com ele?” Zaid respondeu: “Ó Umar, eu havia visto todos os sinais da missão profética perante o Mensageiro de Allah, exceto dois - (o primeiro) sua paciência e perseverança precedem sua raiva e, o segundo, quanto mais áspero for em relação a ele, mais gentil e paciente ele se torna, e agora estou satisfeito. Ó Umar, eu o tomo como testemunha que eu testemunho e estou satisfeito de que não existe um Deus verdadeiro digno de ser adorado, exceto Allah sozinho, e minha religião é o Islam e Muhammad é o meu Profeta. Também tomo-lhe como testemunha de que metade da minha riqueza - e eu estou entre as pessoas mais ricas de Madina - que a dou pela causa de Allah, aos muçulmanos.” Umar disse: “ Você não será capaz de distribuir sua riqueza a todos os muçulmanos, então diga, 'Eu irei distribuí-la a alguns dos seguidores de Muhammad.'" Zaid e Umar retornaram ao Mensageiro de Allah. Zaid lhe disse: “Testemunho de que não há verdadeira divindade digna de ser adorada, exceto somente Allah, e que Muhammad é servo de Allah e Seu Mensageiro.” Ele acreditou nele, testemunhou muitas batalhas e depois morreu na Batalha de Tabuk enquanto confrontava o inimigo - que Allah tenha misericórdia de Zaid.[7]
Um grande exemplo de seu perdão e perseverança é evidente quando ele perdoou o povo de Meca após sua conquista. Quando o Mensageiro de Allah reuniu o povo; que abusou, feriu e torturou ele e seus companheiros, e os expulsou da cidade de Meca, ele disse:
“O que vocês acham que eu farei com vocês?” Eles responderam: “Você só fará algo favorável; você é um irmão gentil e generoso, e um sobrinho gentil e generoso!” O Profeta disse: “Vão - vocês estão livres para fazerem o que quiserem.”[8]
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